OUTUBRO: JOSÉ SARAMAGO
No mês em que se conhece o Prémio Nobel da Literatura, relembramos
aqui o nosso grande escritor, prémio Nobel da Literatura em 1998.
José Saramago recebe o Prémio Nobel das mãos do rei Gustavo da Suécia. |
Filho e neto de
camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de
Novembro de 1922. Os seus pais emigraram para Lisboa pouco depois, onde
decorreu a maior parte da vida de José, embora durante a infância e a
adolescência, passasse grandes temporadas na sua aldeia natal, com os avós
maternos, que tanto admirava.
Fez estudos
secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades económicas, não pôde
prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo
exercido depois diversas profissões: desenhador, funcionário da saúde e da
previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro
livro, um romance, Terra do Pecado, em 1947, tendo estado
depois muitos anos sem publicar (até
1966). Trabalhou durante doze anos numa editora, colaborou como crítico
literário na revista Seara Nova, fez parte da redação do
jornal Diário de Lisboa, pertenceu à primeira Direção da Associação
Portuguesa de Escritores, foi diretor-adjunto do jornal Diário de
Notícias.
A partir de 1976,
José Saramago passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro
como tradutor, depois como autor. Em 1988 casou com Pilar del Río, uma
jornalista espanhola; em Fevereiro de 1993, decidiu repartir o seu tempo entre
a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das
Canárias (Espanha).
Em 1995 recebeu o Prémio
Camões; em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de Literatura.
Para os mais novos,
José Saramago escreveu “A Maior Flor do Mundo” (2001) e “O Silêncio da Água”
(2011).
José Saramago
faleceu a 18 de Junho de 2010.
Fundação José Saramago, Lisboa |
José Saramago, adolescente. |
Vamos “ouvi-lo” um
pouco na primeira pessoa:
« Fui bom
aluno na escola primária: na segunda classe já escrevia sem erros de
ortografia, e a terceira e quarta classes foram feitas em um só ano. Transitei
depois para o liceu, onde permaneci dois anos, com notas excelentes no
primeiro, bastante menos boas no segundo, mas estimado por colegas e
professores, ao ponto de ser eleito (tinha então 12 anos…) tesoureiro da
associação académica… Entretanto, meus pais haviam chegado à conclusão de que,
por falta de meios, não poderiam continuar a manter-me no liceu. A única
alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino
profissional, e assim se fez: durante cinco anos aprendi o ofício de
serralheiro mecânico. O mais surpreendente era que o plano de estudos da
escola, naquele tempo, embora obviamente orientado para formações profissionais
técnicas, incluía, além do Francês, uma disciplina de Literatura. Como não
tinha livros em casa (livros meus, comprados por mim, ainda que com dinheiro
emprestado por um amigo, só os pude ter aos 19 anos), foram os livros escolares
de Português […] que me abriram as portas para a fruição literária: ainda hoje
posso recitar poesias aprendidas naquela época distante. Terminado o curso,
trabalhei durante cerca de dois anos como serralheiro mecânico numa oficina de
reparação de automóveis. Também por essas alturas tinha começado a frequentar,
nos períodos noturnos de funcionamento, uma biblioteca pública de Lisboa. E foi
aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de
aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou. »
ALGUMAS OBRAS ESSENCIAIS DO AUTOR
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento (1982)
O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984)
História do Cerco de Lisboa (1989)
O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991)
Ensaio sobre A Cegueira (1995)
As Intermitências da Morte (2005)
Poesia Completa (2005)
Para os mais novos:
A Maior Flor do Mundo (2001)
O Silêncio da Água (publicado em 2011)
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento (1982)
O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984)
História do Cerco de Lisboa (1989)
O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991)
Ensaio sobre A Cegueira (1995)
As Intermitências da Morte (2005)
Poesia Completa (2005)
Para os mais novos:
A Maior Flor do Mundo (2001)
O Silêncio da Água (publicado em 2011)
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