13 outubro 2016

Escritor do mês


OUTUBRO:     JOSÉ SARAMAGO
No mês em que se conhece o Prémio Nobel da Literatura, relembramos aqui o nosso grande escritor, prémio Nobel da Literatura em 1998.
José Saramago recebe o Prémio Nobel das mãos do rei Gustavo da Suécia.

Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro de 1922. Os seus pais emigraram para Lisboa pouco depois, onde decorreu a maior parte da vida de José, embora durante a infância e a adolescência, passasse grandes temporadas na sua aldeia natal, com os avós maternos, que tanto admirava.
Fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades económicas, não pôde prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance,  Terra do Pecado, em 1947, tendo estado depois muitos anos  sem publicar (até 1966). Trabalhou durante doze anos numa editora, colaborou como crítico literário na revista  Seara Nova, fez parte da redação do jornal Diário de Lisboa, pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores, foi diretor-adjunto do jornal  Diário de Notícias.
A partir de 1976, José Saramago passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Em 1988 casou com Pilar del Río, uma jornalista espanhola; em Fevereiro de 1993, decidiu repartir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha).
Em 1995 recebeu o Prémio Camões; em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de Literatura.
Para os mais novos, José Saramago escreveu “A Maior Flor do Mundo” (2001) e “O Silêncio da Água” (2011).
José Saramago faleceu a 18 de Junho de 2010.

Fundação José Saramago, Lisboa



José Saramago, adolescente.
Vamos “ouvi-lo” um pouco na primeira pessoa:
« Fui bom aluno na escola primária: na segunda classe já escrevia sem erros de ortografia, e a terceira e quarta classes foram feitas em um só ano. Transitei depois para o liceu, onde permaneci dois anos, com notas excelentes no primeiro, bastante menos boas no segundo, mas estimado por colegas e professores, ao ponto de ser eleito (tinha então 12 anos…) tesoureiro da associação académica… Entretanto, meus pais haviam chegado à conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a manter-me no liceu. A única alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino profissional, e assim se fez: durante cinco anos aprendi o ofício de serralheiro mecânico. O mais surpreendente era que o plano de estudos da escola, naquele tempo, embora obviamente orientado para formações profissionais técnicas, incluía, além do Francês, uma disciplina de Literatura. Como não tinha livros em casa (livros meus, comprados por mim, ainda que com dinheiro emprestado por um amigo, só os pude ter aos 19 anos), foram os livros escolares de Português […] que me abriram as portas para a fruição literária: ainda hoje posso recitar poesias aprendidas naquela época distante. Terminado o curso, trabalhei durante cerca de dois anos como serralheiro mecânico numa oficina de reparação de automóveis. Também por essas alturas tinha começado a frequentar, nos períodos noturnos de funcionamento, uma biblioteca pública de Lisboa. E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou. »

ALGUMAS OBRAS ESSENCIAIS DO AUTOR
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento (1982)
O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984) 
História do Cerco de Lisboa (1989) 
O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991) 
Ensaio sobre A Cegueira (1995)
As Intermitências da Morte (2005) 
Poesia Completa (2005)

Para os mais novos:
A Maior Flor do Mundo (2001)
O Silêncio da Água (publicado em 2011)




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