O que é a poesia?
Lawrence Ferlinghetti responde:
A poesia é tudo o que nasceu com asas a cantar.
É o que existe nas entrelinhas.
É um fragmento palpitante de vida interior, uma música sem amarras.
É um barco de papel na inundação do desconsolo espiritual.
A poesia diz o indizível. Pronuncia o impronunciável suspiro do coração.
Mas também está nas coisas simples...
É o cabelo cor de palha de Helena
É o roçagar das borboletas quando voam em torno da chama.
Um girassol embriagado de luz espalhando sementes de poemas
É o sol a derramar-se sobre as malhas da manhã.
Eugénio de Andrade diz que:
Toda a poesia é luminosa,
até
a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar.
Vem à biblioteca, pega num livro e lê um poema porque ele é um olhar penetrante sobre o verdadeiro coração das coisas.
(Lawrence Ferlinghetti)
Nenhum comentário:
Postar um comentário